Em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível dos campos de concentração que fizeram parte do regime liderado por Hitler.
Há exatos 76 anos, os soviéticos entraram em conflito para resgatar as cerca de sete mil pessoas sobreviviam ao trabalho forçado.
Esses sobreviventes foram deixados para trás e estavam prestes a serem mais executados pelos nazistas.
O complexo de Auschwitz-Birkenau, no auge do Holocausto em 1944, exterminava quase cinco mil pessoas por dia, a maioria delas eram judeus, Sinti e Roma.
Mas afinal, o que tornou Auschwitz capaz de acontecer e quais foram as marcas deixadas pelo Holocausto?
Nesse dia de memória, vamos explicar um pouco mais sobre esse período da história recente.

O que era o campo de concentração de Auschwitz?
Auschwitz fica localizado na região sul da Polônia, na cidade de Oświęcim, cerca de 60 quilômetros de Cracóvia.
O local era uma instalação militar, que em 1939 foi invadida pelo exército da Alemanha nazista, transformando o espaço numa prisão onde eram enviados os presos políticos.
No campo denominado Auschwitz I, logo no portão de entrada foi instalada a frase que marcou a história do genocídio no local, “O Trabalho Liberta” (Arbeit macht frei).
No entanto, como o avanço do Holocausto e da guerra, os nazistas passaram a capturar mais presos.
Com isso, foi necessária a expansão da instalação para cumprir com os propósitos de extermínio.
O começo do extermínio
Em agosto de 1941, o exército alemão iniciou a ampliação de Auschwitz, criando um complexo de extermínio sob comando da SS (Schutzstaffel).
O plano alemão começava a ganhar força com a instalação das câmaras do gás tóxico Zyklon B.
Esse é um produto altamente nocivo, que era utilizado para a desinfeção de navios e o extermínio de ratos.
No entanto, logo o gás se tornou a arma da morte em Auschwitz. Isso porque, quando o gás Zyklon B entra em contato com o ar, ocorre uma combustão química.
Esse processo é altamente nocivo ao ser humano, ocasionando a morte em poucos minutos.
Os primeiros mortos em Auschwitz foram os capturados de origem polonesa e os soviéticos.
Mas para atingir a capacidade de extermínio esperada, os nazistas construíram Auschwitz-Birkenau.
Nesse campo, conhecido como Auschwitz II, centenas de milhares de pessoas foram mortas entre 1941 e 1944.
Os corpos eram queimados nos crematórios e depois enterrados nas valas abertas pelos prisioneiros.
Aqueles que não eram condenados a morte trabalhavam de forma escrava nos mais de 40 campos e subcampos.
Como funcionava Auschwitz?
As pessoas eram capturadas pelo exército nazista da Alemanha em várias partes da Europa e levadas de trem até Auschwitz.
O mais terrível dessa história é que muitas vítimas não sabiam que estavam sendo levadas para a morte, já que acreditavam estar embarcando para uma viagem em busca de uma vida melhor.
Portanto, ao descer dos trens dentro de Auschwitz, o exército comandado por Josef Mengele fazia triagem na qual eram definidos quem seria exterminado e quem se tornaria um escravo.
Na chamada “rampa”, as margens dos trilhos do trem que chegavam lotados a estação, ao olhar para as pessoas Mengele apontavam o destino dos capturados.
Para a esquerda era levado o grupo que iriam trabalhar nos campos de concentração, tendo assim um prazo maior de vida.
Já a direita, aqueles que não estavam aptos ao trabalho, por isso seriam levados imediatamente para as câmaras de gás e depois tinham os corpos incinerados nos crematórios.
Assim, depois que as pessoas eram queimadas, os prisioneiros chamados de Sonderkommandos entravam nos crematórios e retiravam as próteses, óculos, dentes e até cabelos dos mortos.
Mas o que foi o Holocausto?
Em 1933, o nazismo chegou ao poder na Alemanha. Nesse período, Hitler determinou a retirada das propriedades, diretos e da liberdade do povo judeu no país.
Com o propósito de separar os judeus do resto da população da Alemanha e Áustria, após a invasão da Polônia, essas pessoas foram deportadas para o campo de concentração.
Mas, foi somente após a invasão da União Soviética pela Alemanha (1941) que a campanha de extermínio foi colocada em prática.
Estava instaurada a guerra racial e a perseguição as minorias. Um exército chamado de Einsatzgruppen foi enviado para exterminar os civis dos territórios conquistados no Leste Europeu.
Em 1941 foram mais de 500 mil pessoas mortas, mas esse número se aproxima dos dois milhões nos quatro anos seguintes. A maioria, mais de um milhão deles eram judeus.
O objetivo era o extermínio em massa dessa população e, para isso, era preciso criar formas de matar de forma rápida, trocando os fuzilamentos pelas câmaras de gás.
Em 1942, na Conferência de Wansee, os nazistas tiveram uma reunião final onde ficou determinada a “solução final para o povo judeu”.
A ordem era exterminar a população judaica de 11 milhões que vivia na Europa.
A libertação de Auschwitz e as suas marcas
Em meio a derrota do exército alemão nazista na Segunda Guerra Mundial, as autoridades da Alemanha ordenaram a imediata suspensão as atividades de extermínio e a destruição das provas.
No final de 1944, as tropas soviéticas avançavam com força para a região oeste da Europa e era preciso apagar as evidências dos crimes cometidos.
Assim, os oficiais da SS ordenaram que os mais de 50 mil prisioneiros que estavam em Auschwitz fossem soltos.
Sob as ordens do comando eles marcharam dia e noite na esperança de não serem mortos a tiros por não suportar a jornada.
No entanto, apesar de muitos documentos oficiais terem sido incinerados para não deixar rastros, assim como a implosão dos crematórios e das câmaras de gás, muita coisa foi recuperada na libertação.
Para muitos que sobreviveram a esse período de atrocidades que foi o Holocausto, Auschwitz se tornou um marco para a humanidade, já que a partir dali nada mais foi como antes.
Nada foi igual depois de Auschwitz e, desde então, é preciso travar uma constante luta para evitar que o extremismo movido pelo ódio não seja o estopim para que um novo episódio de Holocausto aconteça.
Auschwitz se tornou um dos museus mais visitados da Europa. As pessoas que passam por lá buscam conhecer não só o local onde aconteceu o Holocausto, mas entender a história.
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